Mãe e filho de mãos dadas trilhando os caminhos do autismo/asperger.
Numa partilha intimista e de coração aberto em sonhos e desalentos, numa vida vivida...
Ter um filho asperger não é o fim do mundo, mas o princípio de uma nova vida...
Valorizando os afectos...

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

"Pecado da Gula"


Gosta de pão com leitão.
Entra no supermercado e lembra-se do pão com leitão ( maus hábitos)
-Então vai lá tu  buscar, colocas uma luva , retiras o pão e metes no saco ( recomendações da mãe), que se dirige a outra zona do supermercado.
Diz logo o pai , com ar preocupado porquê que não vais lá tu.
-Ele também têm de fazer alguma coisa, senão nunca mais se desenrasca ( digo eu)
Fez tudo direitinho, e ainda vinha com a luva , preocupado se tinha de pagar a luva :)

Nota- impensável alguns anos atrás, sequer desviar-se do nosso ângulo de visão, quanto mais ir buscar algum produto sózinho.

sábado, 28 de janeiro de 2017

Ao som do Piano

Nem sempre se descobre o caminho cedo.
Há cerca de um ano decidimos que a música ( instrumento) seria um caminho possível. não sabiamos  qual o instrumento,  a escolha dele pendia para os instrumentos  de sopro-flauta (as dificuldades respiratórias que algumas vezes apresenta), levaram -me  a desvia-lo do caminho e experimentar o piano.
Sem nenhuma formação musical, logo na primeira aula, já conseguia identificar algumas notas na pauta.
Os dedos  semi atrofiados lá iam tirando notas.
A grande vantagem, é que o obriga a ter periodos de maior concentração, ao mesmo tempo frustração senão consegue obter os resultados.
As facilidades a capacidade de memorização e bom ouvido musical, leva a que algumas vezes a pauta até atrapalhe :)


Nota: Esta gravação foi interrompida a meio, daí o som não ser sequencial, juntamos o principio e o fim , perdeu-se ali o meio importante.
Mesmo assim, acho que vale a pena e que a prova foi superada...

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

No incompreensível mundo do Autismo


Cada ser humano é diferente, ninguém têm dúvidas.
As pessoas no espectro do autismo também são diferentes umas das outras logicamente.
Vou abordar  três situações reais de pessoas diferentes dois deles são-me muito familiares).

Não é fácil perceber determinados comportamentos ou formas de estar...

1-No mundo dos afectos, pode haver ausência dessa manifestação afectuosa ,mesmo  perante aqueles que lhes são mais próximos, passar perto da casa mãe e nem a visitar, também assim o provam alguns casos dos mais famosos "Einstein  Nunca Amou"*, quem sou eu para julgar esta frieza de sentimentos,..

2-Poder pensar que no meio de milhares de pessoas desconhecidas, poderiam dar pela sua falta, e sentirem-se defraudados por não ter chegado ao fim do caminho, é curioso  este  dever de cumprimento de regras e de agradar.

3-Aceitar um castigo, e até querer prolonga-lo como se fosse um mártir, até comparar-se  com quem por iniciativa própria o fez por uma causa (privacção de alimentos), não deixa de ser preocupante esta obdiência a toda a prova.

Sintese: São todos diferentes e situações diferentes, que me fazem pensar, que continuo à deriva tentando entender...
Sem julgamentos a estas pessoas especiais, que não será por acaso que o simbolo do autismo é um puzzle.


" O menino"


Bem vindos a 2017!
Ano novo, tudo na mesma.

Não é drama, não é tragédia, não é comédia é apenas vida real, vivida na primeira pessoa.
Há quem pudesse levar a mal este termo carinhoso de chamar "menino" a um homem de barba rija.
Não é por aí que isso me atrapalha, tal como perder a identidade e ser apelidada da mãe do "menino".

Na piscina, esqueceu-se da touca, o que até pode parecer um drama.
-Mina, Mina ( exclama por mim)
-O que é filho?
-A touca, a touca, não tenho  a touca.
-Pede à senhora da piscina uma touca emprestada, (reclamo eu):)
Não , faria esse pedido por iniciativa própria...

No balneário
Enquanto estão no duche as colegas da hidroginastica (falam entre elas).
-Falta alguém ( pergunta uma)
-Falta a mãe do "menino" (responde a outra)

Durante a aula de hidroginastica (mudamos de professor)
Agora é uma professora e o "menino", ficou "atiradiço" e curioso, por saber a idade, como não faz as perguntas diretas, manda "bitates" ;)
E não é que acertou em cheio .

E por hoje ficamos pelo meio aquático...
Pequenas notas a que aqui me refiro, dificuldade em pedir ajuda, esperar sempre  que o outro entenda que está em dificuldade.
As indirectas normalmente é em relação às idades, lá terá escutado, que não se pergunta a idade,
Não. Não o faz só com as senhoras ;)

Bem vindos a 2017. levem a vida com muito Amor e misturem o humor, que estas pessoas não vivem noutro mundo qualquer, é mesmo aqui, naquilo a que chamamos planeta terra.